Células a jato
Cientistas já haviam apresentado o conceito da bioimpressão, usando materiais biologicamente compatíveis para a construção de primórdios de um sistema vascular artificial.
Agora eles deram um passo há muito esperado, demonstrando que é possível criar tintas com células vivas, sobretudo células que permanecem vivas durante o processo de impressão.
"As primeiras biotintas usadas na impressão celular a jato de tinta
eram simplesmente soluções salinas," explica Marc in het Panhuis, da
Universidade de Wollongong, na Austrália.
A concentração salina compromete a viabilidade das células, que também se agregam, entupindo o bocal de disparo do jato.
Em vez de papel, a bioimpressão usa uma colágeno, um substrato macio e úmido que funciona como um colchão para as células, evitando sua desidratação. [Imagem: Ferris et al./Biomaterials Science] |
Tinta biológica
Os pesquisadores
australianos usaram um biopolímero e dois surfactantes para distribuir
as células vivas e reduzir a tensão superficial, otimizando a impressão a
jato de biotinta.
A vantagem do biopolímero é que, além de evitar a agregação das
células, sua maior densidade protege as células de danos mecânicos
impostos pelas forças envolvidas no seu disparo e fixação na superfície
definitiva.
"Nossa biotinta permitiu imprimir
vários tipos de células em longos períodos de impressão, sem precisar
mudar a cabeça de impressão e sem precisar reabastecer as soluções
contendo as células," disse Panhuis.
Em termos práticos, isso significa que não é preciso ficar
chacoalhando os cartuchos para garantir que as células permaneçam
distribuídas de forma homogênea na biotinta.
Componentes biônicos
A equipe imprimiu as células vivas para que elas formassem padrões
específicos em um colágeno, um substrato macio e úmido que funciona como
um colchão para as células, evitando a sua desidratação.
A impressão jato de tinta já foi adaptada para fabricar microcircuitos eletrônicos e até lasers.
Imprimir tecidos vivos, contudo, é muito mais complicado e, para que a
tecnologia seja totalmente prática, os cientistas terão que inventar
formar de suprir oxigênio e nutrientes para que as células permaneçam
vivas por longos períodos.
Quando eles conseguirem isto, a tecnologia poderá ajudar a criar
componentes biônicos e eventualmente tecidos para implantes durante
procedimentos médicos.
Fonte: Site Inovação Tecnológica
Bibliografia: Bio-ink for on-demand printing of living cells
Cameron J. Ferris, Kerry J. Gilmore, Stephen Beirne, Donald McCallum, Gordon G. Wallace, Marc in het Panhuis
Biomaterials Science
Vol.: Advance Article
DOI: 10.1039/C2BM00114D
Nenhum comentário:
Postar um comentário