quarta-feira, 30 de abril de 2014

Começa por Curitiba monitoramento de próteses implantadas

A Anvisa e a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba lançam nesta quarta-feira (23/4), em Curitiba (PR), o Registro Nacional de Artroplastia (RNA). A iniciativa vai permitir a criação de uma base de dados que reúna informações sobre os pacientes, procedimentos médicos e implantes utilizados nos serviços hospitalares.

O objetivo é permitir avaliar a qualidade dos implantes e fazer a sua rastreabilidade, reduzindo os riscos para o paciente e antecipando ações de correção em implantes de baixo desempenho. Nesta primeira fase serão monitoradas as próteses de quadril e joelho. O RNA é o primeiro módulo do Registro Nacional de Implantes (RNI) que além das próteses de quadril e joelho, inclui também os stents, marca-passo, implantes mamários e cocleares (implante auditivo).

A etapa do projeto em Curitiba prevê a avaliação de uso do sistema em 15 hospitais de diferentes perfis, o que vai ajudar a identificar adaptações que deverão ser feitas antes que o seu uso seja expandido para todo o país. Até o momento o sistema informatizado foi implantado somente de forma isolada no Hospital Cristo Redentor/GHC (RS), onde 100% das artroplastias de quadril e joelho estão cadastradas. A experiência na capital paranaense  servirá de base também para extensão do sistema para os mais de 190 hospitais da Rede Sentinela em todo o país.

Esta primeira etapa é resultado da parceria entre a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Universidade Federal de Santa Catarina e Anvisa.
Porque registrar os procedimentos cirúrgicos?
O registro dos procedimentos de implantação de prótese tem sido adotado em todo o mundo para avaliar o desempenho das técnicas de implantação e da qualidade dos dispositivos médicos e antecipar problemas. Isso porque vários fatores de risco estão relacionados aos implantes, como a técnica médica utilizada, a qualidade dos materiais, o monitoramento do paciente, entre outros.

O primeiro país a adotar este tipo de sistema foi a Suécia que em 20 anos viu a taxa de cirurgias de revisão cair de 18% para 6,4%, enquanto países sem um sistema semelhante permaneceram com suas taxas inalteradas.
Como funciona o sistema de Registro Nacional de Implantes
O Registro Nacional de Implantes (RNA) será um instrumento em plataforma via web que possibilitará o acesso de qualquer lugar via internet. O sistema foi desenvolvido pelo setor de Informática do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina, escolhida por sua experiência em sistemas de TI,  após mapeamento realizado pela Anvisa para identificação de centros tecnológicos com capacidade de produção.

Em sua fase piloto, o RNA Web é destinado ao registro de informações pré e pós cirúrgicas em implantes de quadril e joelho. O sistema terá campos para inserção de informações cadastrais e clínicas do paciente, além de informações sobre os implantes a serem utilizados no ato cirúrgico. O sistema receberá dados da instituição implantadora, do paciente e procedimento cirúrgico de implantação.

Concluído, este piloto a Anvisa e demais membros do grupo de trabalho terão subsídios para constituir um sistema de RNA para todos os serviços de ortoprótese do Brasil. Mais do que isso, terão subsídios para as bases de uma arquitetura informacional que poderá ser aplicada a outros produtos para saúde.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Anvisa

terça-feira, 22 de abril de 2014

Circuitos integrados flexíveis são implantados em cobaias

A busca pelo desenvolvimento de próteses inteligentes, controladas pelo pensamento, e implantes biônicos, como as retinas artificiais, está dando um impulso inédito ao campo da bioeletrônica.
Há poucos dias, uma equipe francesa conseguiu substituir os inertes eletrodos por transistores orgânicos, o que permitirá um novo nível de qualidade e precisão na leitura dos sinais neurais.
Circuitos integrados flexíveis são implantados em cobaias
"Este trabalho fornece uma plataforma ideal para criar um sistema de retina artificial e outros dispositivos biomédicos." 
Agora, pesquisadores de Cingapura fizeram o trabalho completo, desenvolvendo e testando com sucesso em animais um circuito eletrônico flexível completo.
O implante contém um circuito integrado em larga escala (LSI), com todo o aparato para a comunicação biomédica sem fios, voltada para o monitoramento da saúde ou para a transmissão de sinais neurais.
Segundo o professor Keon Jae Lee, do instituto KAIST, o implante está pronto para testes em retinas artificiais - o primeiro olho biônico, por exemplo, cujos testes estão em andamento, poderá se tornar muito mais flexível e preciso com o auxílio desta nova tecnologia.
A mesma equipe já havia desenvolvido LEDs implantáveis que funcionam como sensor de doenças e nanogeradores biocompatíveis, que prometem eliminar as baterias dos implantes médicos.

Fino e flexível
Os circuitos integrados de radiofrequência foram fabricados com milhares de nanotransistores sobre uma pastilha de silício, usando o processo CMOS tradicional.
Para tornar o circuito flexível, o substrato de silício foi removido quimicamente, deixando apenas a camada ativa, com cerca de 100 nanômetros de espessura.
Essa técnica abre a possibilidade de usar o circuito flexível também em aplicações tradicionais, não biomédicas.
O circuito foi então encapsulado em um polímero biocompatível e aplicado em ratos vivos para demonstrar a capacidade de funcionamento estável do implante na curvatura do olho.
"Este trabalho fornece uma plataforma ideal para criar um sistema de retina artificial e outros dispositivos biomédicos. Mas também representa uma tecnologia com forte potencial para produzir aparelhos eletrônicos de consumo totalmente flexíveis, como processadores para telefones celulares, memórias de alta capacidade e sistemas de comunicação sem fios," disse o professor Lee.

Bibliografia:In vivo Flexible RFICs Monolithically Encapsulated with LCPGeon-Tae Hwang, Donggu Im, Sung Eun Lee, Jooseok Lee, Min Koo, So Young Park, Seungjun Kim, Kyounghoon Yang, Sung June Kim, Kwyro Lee, Keon Jae LeeACS NanoVol.: Article ASAPDOI: 10.1021/nn401246y

domingo, 6 de abril de 2014

Tecido vivo e vascularizado é fabricado em laboratório

Imprimindo vida
Imprimir tecidos vivos já é uma experiência rotineira em muitos laboratórios ao redor do mundo.
Tecido vivo vascularizado é impresso pela primeira vez

Contudo, para criar tecidos vivos funcionais - de um tipo que possa ser usado em enxertos ou transplantes, por exemplo - é necessário criar também a vascularização desses tecidos.
Em outras palavras, é necessário imprimir os vasos sanguíneos que vão levar nutrientes e retirar os rejeitos, para que as células se mantenham vivas e saudáveis.
Esse passo crucial acaba de ser dado por uma equipe da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
O sistema de bioimpressão depositou múltiplos tipos de células e construiu minúsculos vasos sanguíneos em seu interior, criando um tecido similar aos tecidos humanos.
A aplicação imediata da técnica será na criação de estruturas para o teste de medicamentos, em substituição ao uso de animais de laboratório, que não reproduzem adequadamente a interação entre os fármacos e o corpo humano.
A técnica também representa um passo inicial rumo à construção de tecidos artificiais que possam ser usados em cirurgias.
Tecido vivo vascularizado é impresso pela primeira vez
Bioimpressão
As técnicas de impressão 3D já vêm sendo usadas para imprimir tecidos vivos há algum tempo, usando "biotintas", isto é, "tintas" compostas por células vivas em solução.
Os problemas começam quando se tenta imprimir várias camadas de células. As células que ficam embaixo morrem por falta de oxigênio e nutrientes, além de não terem como se livrar do dióxido de carbono e outros detritos.
Para superar esse desafio, David Kolesky e seus colegas desenvolveram várias biotintas. Uma biotinta contém a matriz extracelular, o material biológico que tece as células em tecidos, enquanto outra contém as células vivas propriamente ditas - cada tipo de célula forma sua própria biotinta.
Para criar os vasos sanguíneos, eles desenvolveram uma outra biotinta com uma propriedade incomum: ela derrete quando esfria, e não quando é aquecida, como ocorre normalmente.
Isto permitiu primeiro imprimir uma rede interligada de filamentos e, em seguida, fundi-los esfriando o material e aspirando o líquido para criar uma rede de tubos ocos - os vasos sanguíneos artificiais, por onde os nutrientes podem ser enviados ao tecido artificial.
"A capacidade de construir redes vasculares funcionais em tecidos 3D não só permite produzir tecidos mais espessos, mas também abre a possibilidade de ligar cirurgicamente estas redes à vasculatura natural, para promover a perfusão imediata do tecido implantado, o que deve aumentar consideravelmente sua capacidade de enxertia e sobrevivência," disse o professor Don Ingber, coordenador da equipe.
Fonte: Site Inovação Tecnológica